Corte profundo. Vidro estilhaçado dentro do peito. Morte sem fim.
Nada pior quando a decepção invade, a tristeza abate, a separação se faz. A solidão se torna presente, mesmo em meio a muita gente, tornando o momento mais denso, mais tenso, mais cruel.
A luz parece já não ter o mesmo brilho, a fonte não ter a mesma água, a alegria parece não ter mais os mesmos motivos.
Mas assim é e assim será, enquanto não se entender o que há, o que é, como deveria ser. Aquilo que foi confiado, mais importante parece se tornar, ainda que já não o tenha. Mas, é passado, e o que foi criado, pode não se reverter.
A aliança com o passado pode ter sido mais forte, a própria proximidade com a morte, e lá se foi o presente, que se fez ausente ainda que o futuro se viu.
Pobres espíritos que na carne falham, inexistem, dando vazão ao destemperado, ao desequilibrado, ao repentino, ao acaso, deixando de lado a missão que neles habitava.
Força maior é essa que, agindo sem pressa, vai rasgando a alma, transformando-a em finos pedaços, ainda mais difícil de serem colados.
E o sombrio lhe cerca, a voz faz tremer, a vida lhe faz apavorar.
Mas, que este seja um momento pontual, e seus olhos se abram para o que ainda poderá vir, ser, se tornar. Que a luz não lhe seja por rival. Antes, que norteie ainda seus perturbados pensamentos, fazendo clarear em meio à repentina escuridão. Escuridão interior, pois lá fora se faz dia e o sol ainda mais brilha para os que em sua senda querem ficar.
Que o MISERICORDIOSO seja contigo e em ti, hoje e em todos os teus dias!
Yedidyah