Contrariando as leis da física, dois corpos devem ocupar o mesmo lugar.

Afinal, não somos colocados no mundo para sermos somente nós: seres únicos, indivisíveis, egocentristas. Não.

Fomos feitos para compartilhar, para dividir, para entregar. Fomos feitos para fazermos parte, para integrar, para co-existir, co-habitar.

Nesse universo de bilhões, precisamos por vezes, sermos os outros. Sim, devemos olhar para os outros como olhamos para nós. Por quê é tão fácil pedir para que outros tenham compaixão de nós, e tão difícil para ter o mesmo sentimento por outros?

Não podemos achar que todos são e devem ser iguais a nós. Pois não são. Nunca serão. Devemos entender e respeitar as suas individualidades, características e até excentricidades.

Se irmãos gêmeos, criados praticamente de forma idêntica pelos pais, crescem com personalidades tão distintas, assumem caminhos tão diferentes, quanto mais isso se dá quando falamos de alguém que conhecemos?

E ainda queremos que estes sejam iguais a nós? Não está certo. Não é assim. Podemos até andar paralelamente, juntos, mas nunca os passos serão idênticos.

Talvez quem está do teu lado, não possua a mesma visão, o mesmo pensamento, a mesma determinação. Mas, isso não determina incompatibilidade. Antes, denota um maravilhoso campo a ser explorado, trabalhado.

Aprenda a olhar com os olhos do outro. Colocar-se em seu lugar. Procure entender os seus motivos. Busque saber o berço das coisas. O porquê a outra pessoa pensa assim, fala assim, age assim.

Não julgue. Não se precipite. Não se desiluda tão rápido. Não mate um lindo sentimento por um ato isolado.

Olhe com o olhar de outrem.